Bitcoin recua 1,2% e pane cibernética global faz surgir dezenas de memecoins.
Companhias aéreas, empresas de transporte, meios de comunicação, bancos e bolsas de valores estão entre as organizações que relataram falhas em máquinas com o sistema operacional Windows nesta manhã. Especificamente, o erro conhecido como Tela Azul da Morte (BSoD, na sigla em inglês) está causando desligamentos repentinos do sistema.
O Bitcoin (BTC) chega ao final da semana em queda de 1,2%, para ser negociado na manhã desta sexta-feira (19) por volta de US$ 63.881, segundo dados do CoinGecko. Em reais, o BTC recua 0,5%, para R$ 354.363, de acordo com o Índice de Preço do Bitcoin (IPB). A maioria das criptomoedas estão no vermelho nesta manhã, enquanto investidores tentam calcular o impacto causado por um apagão cibernético global que paralisou as operações de empresas de diversas áreas ao redor do mundo.
CrowdStrike
O problema parece ter sido causado por uma atualização defeituosa da empresa de segurança cibernética CrowdStrike, disseram funcionários da Microsoft e profissionais de tecnologia externos ao The Wall Street Journal. Vários citaram uma mensagem de erro relacionada ao Crowdstrike nos dispositivos afetados e uma solução alternativa subsequente que visava excluir um arquivo CrowdStrike.
O CEO da CrowdStrike, George Kurtz, confirmou no X que a origem do problema partiu de um defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo para hosts Windows, que não afeta Mac ou Linux. “Este não é um incidente de segurança ou ataque cibernético”, tranquilizou. “O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implantada.”
Ainda não há relatos de empresas ligadas ao mercado de criptomoedas afetadas. O diretor de segurança da Polygon, Mudit Gupta, esclareceu no X que a empresa usa a tecnologia da CrowdStrike, mas que “não fomos impactados porque não implementamos atualizações não críticas para nossa equipe antes de testá-las.”
Memecoins
“Em todo caso, as redes da Polygon são descentralizadas. Mesmo que a Polygon Labs seja afetada em um incidente de TI desse tipo, nada será impactado nas redes da Polygon”, acrescentou.
De toda forma, o mercado cripto repercute o problema global com piadas e, claro, memecoins.
Dados da DEXTools e DEXScreener compartilhados pelo CoinDesk mostram que dezenas de tokens que fazem referência a CrowdStrike, STRIKE, Microsoft, bluescreenofdeath e BSoD foram emitidos e estão sendo negociados. O gerador de tokens baseado em Solana, Pump.Fun, viu os usuários criarem centenas de tokens referindo-se a vários memes relacionados às empresas afetadas.
Alguns desses tokens têm liquidez de até US$ 50.000 em stablecoins e já atingiram valorizações de mercado de até US$ 1 milhão, pelo menos no papel.
É comum que especuladores tentem lucrar com memecoins que se aproveitam da atenção de curto prazo gerada por tópicos virais. Esse movimento foi visto ontem (18), quando o diagnóstico de Covid-19 do presidente dos EUA Joe Biden fez memecoins de seus possíveis substitutos subirem mais de 200% no dia.
Explicação geral:
Isso se deu porque a Microsoft tem um software de computação em nuvem (ou “cloud”, em inglês) chamado Azure, que usa a ferramenta Falcon.
☁️ Computação em nuvem é um serviço de armazenamento usado por empresas de vários setores para hospedar grandes informações, como dados de clientes, por exemplo. Além da Microsoft com a Azure, outras gigantes da tecnologia, como Google e Amazon, oferecem soluções em cloud a outras companhias.
O presidente da Associação Brasileira de Segurança Cibernética, Hiago Kin, também declarou que essa situação destaca a importância de processos rigorosos de testes e validação em atualizações de software, especialmente em produtos de segurança cibernética com amplo uso global.
“Faltou Implementar testes exaustivos em ambientes de pré-produção que simulem cenários reais antes de liberar atualizações, garantindo que novas atualizações não causem regressões, testando todas as funcionalidades existentes.”
Referencias:
https://g1.globo.com/mundo/
https://portaldobitcoin.uol.com.br/
https://br.cointelegraph.com/
Autor: Berighes