STJ e a Penhora de Criptoativos: Oportunidades e Desafios para o Setor Jurídico em 2025

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) avançou em uma decisão histórica ao permitir o envio de ofícios a corretoras de criptoativos para localizar e penhorar bens digitais de devedores. A medida, além de impulsionar o reconhecimento formal das criptomoedas como patrimônio, abre novas perspectivas para o setor jurídico.

Destaques da Decisão

1. Escopo da Penhora Judicial
A Terceira Turma do STJ decidiu, por unanimidade, que o juízo pode enviar ofício às principais exchanges para localizar e penhorar criptoativos em nome do devedor, inclusive investigando carteiras digitais vinculadas.

2. Relevância dos Criptoativos como Bem Patrimonial
O ministro Humberto Martins destacou que, mesmo não sendo moeda corrente, os criptoativos possuem valor econômico, são tributáveis e podem ser legalmente penhorados.

3. Amparo Legal
A decisão se baseia no artigo 789 do CPC, que responsabiliza o devedor por todos os seus bens. Quando não há saldo em instituições financeiras via Sisbajud, torna-se viável acionar exchanges em busca de ativos.

4. CriptoJud: Modernização Judicial
O Conselho Nacional de Justiça está desenvolvendo o CriptoJud, um sistema inspirado no Sisbajud, com o objetivo de bloquear diretamente criptoativos mantidos em corretoras reguladas. No entanto, o sistema não alcançará ativos fora de exchanges e será eficaz apenas em plataformas centralizadas.

Oportunidades para o Judiciário e para o Setor Jurídico

  1. Implementar Ofícios às Exchanges
    A medida permite a penhora de criptoativos mesmo sem indícios prévios de sua existência, conforme destacou o procurador Alexandre Senra.
  2. Reconhecimento Formal de Criptoativos como Patrimônio
    Passam a ser reconhecidos como bens sujeitos a execução judicial e tributação, consolidando seu papel no sistema jurídico.
  3. Modernização com o CriptoJud
    O sistema deve tornar mais ágil o cumprimento de decisões judiciais envolvendo ativos digitais, aumentando a eficácia da execução.

Desafios a Considerar

  1. Limitações do CriptoJud
    O sistema não terá acesso a ativos armazenados fora de exchanges, limitando sua efetividade em alguns casos.
  2. Dificuldades Técnicas e de Implementação
    A rastreabilidade dos ativos em blockchain e a diversidade tecnológica das carteiras ainda representam obstáculos, conforme apontado pelo ministro Ricardo Villas Bôas Cueva.

Dicas Práticas para Profissionais Jurídicos e Executores

Orientar a Identificação de Ativos Digitais
Estimule os credores a solicitarem diligências específicas para localizar criptoativos, mesmo sem provas iniciais.

Acompanhar o Desenvolvimento do CriptoJud
Esteja atento às funcionalidades e atualizações do novo sistema para potencializar estratégias de execução.

Levantar Alternativas de Acesso a Carteiras Digitais
Além das exchanges, considere caminhos investigativos para acessar outras formas de custódia de criptoativos.

Conclusão

A decisão do STJ marca um avanço relevante na integração dos criptoativos ao sistema jurídico. O CriptoJud surge como uma ferramenta promissora para ampliar a efetividade da justiça na era digital. Apesar das limitações, a iniciativa representa um passo importante para o futuro da execução patrimonial no Brasil.

Para mais informações sobre essa notícia acesse:
https://br.beincrypto.com/stj-determina-busca-em-exchanges-cripto-para-penhorar-ativos-do-devedor/

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